Essa semana comecei estafada, logo na segunda-feira já estava mal, triste, cansada, não sei mais para onde ir, hoje fui resgatar uma cadela grávida ou que acabou de dar cria num morro, não conseguimos, estou com uma dívida enorme, sem chão, triste mesmo. Graças a Deus ao menos estou encontrando pessoas por aqui que têm me ajudado, umas com um pouquinho, outras com um pouco mais, de várias maneiras, enfim, o que importa é a ajuda, e não o tamanho. Entre tanta desgraça, tantos resgates, alguns mal-sucedidos, recebendo e-mails principalmente de SP cheios de tristeza, de cães abandonados, maltratados, machucados, presos, tristes, mortos... Venho contar-lhes um final feliz, para acender uma chama, ainda que pequena, de esperança nos protetores que, como eu, estão naquela fase em que pensamos em desistir. Como fiz com o Bugu há um tempo, venho lhes contar da Rebecca, uma SRD de um ano e meio que mais parece uma whippet preta... Rebecca odeia fotos. Por isso, as que vou colocar neste e-mail não serão boas. Mas garanto que ela é LINDA! rs Quando adotei o Sky, tinha uma vida muito corrida e vivia em uma kitinete no centro de São Paulo. Queria uma companhia para ele, pois ficava com o coração na mão todas as vezes que saía para trabalhar. Eu praticamente só dormia em casa e hoje vejo o quanto ele deve ter sofrido, eu não deveria tê-lo adotado e deixado tanto tempo por dia sozinho, mas Deus tinha um propósito maior na minha vida com ele e por isso hoje estamos aqui, juntos e felizes. Como a adoção da Nala não foi bem-sucedida e ela foi viver com minha mãe, eu acabei desistindo de ter mais um, pois achava que não daria conta. Certo dia, fui com um amigo (ex-namorado) visitar os animais que a protetora Silvana Mitne tinha em um hotelzinho em São Paulo, queria conhecê-los e, principalmente, conhecer o pitbull Zangão, com quem infelizmente nunca consegui fazer amizade. Chegando lá, encontramos uma cadelinha magrinha, bem medrosa, num cantinho, estava suja, pois provavelmente se molhava sempre que alguém se dirigia a ela, ela ficava realmente encolhida em um cantinho, interagindo pouco com os outros cães, menos ainda com as pessoas que ali passavam. Perguntei a um dos funcionários se podia pegá-la no colo e ele autorizou. Eu a peguei, mas ela tremia de medo, sentei para ela ficar mais confortável e mesmo assim ela tremia. Meu amigo se apaixonou por ela, ficou falando para mim que ela era infeliz ali e, olha só, bem pra quem ele foi falar! Fui embora pensando naquela cadela, no que eu poderia fazer para ajudá-la, pois ali ela dificilmente seria adotada, pois tinha muitos cães bonitos, espoletas, que faziam a maior festa para quem aparecia por lá... Assim sendo, enviei e-mail à Silvana perguntando se ela não podia levá-la para minha casa como lar temporário, pelo menos a cachorrinha teria contato com seres humanos, com o amor que eu podia dar, pois só assim ela perderia esse medo tão grande que tinha de gente. A Silvana me respondeu contando a história do resgate: a mãe daquela cadelinha tinha tido ela e seus irmãozinhos dentro de um porão, ninguém conseguia pegá-los pois tinha rato, barata, era muito escuro, demoraram uns 2 meses para conseguir tirá-los de lá, e também disse que não tinha como colocá-la em um lar temporário, pois devido ao seu temperamento ela se apegaria e depois que doasse ela sentiria falta de mim, mas que eu poderia adotá-la, caso quisesse.
Vocês já sabem o final, né? Trouxe a Rebecca (nome que a própria Silvana acabou dando) para casa sem titubear, nos apegamos uma à outra de tal forma que ela só confiava em mim e no meu amigo, desenvolveu uma relação com o Sky que até hoje é difícil de acreditar... O Sky é um cachorro difícil, tem uma personalidade forte, me morde por eu simplesmente pegar na pata dele, mas dois segundos depois me lambe, como se nada tivesse acontecido... Com outros cães, então, é engraçado, ele é bem rabugento, se algum mais espoleta encosta nele tentando chamar minha atenção, ele fica bravo, rosna, mas se é a Rebecca, ele entra embaixo dela e a lambe, ou morde (brincando) a pata dela, é a coisa mais engraçada.
cadelinha pequena que adotei começou a crescer e quando completou um ano era uma magrela alta, comecei a chamá-la de modelo, pois o porte é perfeito para uma!! Hoje a chamamos de girafa, cavalinha (ela corre que nem um cavalinho..rs) e pelas feições do rosto eu a chamo de "japonesa negra"... Tem uns olhos negros expressivos que dificilmente encontramos em um cão.
Quando vim para Blumenau, fiquei com medo que ela não se adaptasse aos outros animais que eu tenho, mas que nada! Ela se aproximou justamente do que nenhum tem coragem: o dálmata Bugu, grandão e imponente... No início eu o colocava na lavanderia para comer e punha os potes de ração para os outros na garagem. Ela era a primeira a terminar e ia até a porta da lavanderia, esperar o Bugu sair! A coisa mais linda. É tão carinhosa, superou muito o medo que tinha... Hoje é mais forte, consegui que ela engordasse um pouquinho, pois ela tem o porte tão fino, que parecia raquítica.. acho que as pessoas pensavam que eu não dava comida pra ela...(pelo contrário, ela rouba de todo mundo)... Quando aparece um estranho, ela não sai correndo e se esconde, pelo contrário: late, com um latido tão forte que ninguém acredita que é fêmea... Tem quase o tamanho do Bugu, mas de magrela parece que é menor... Eu diria que ela é de porte grande... Eu sou baixinha, mas ela pula em mim e coloca as patas no meu ombro! Não sou a pessoa mais paciente do mundo, mas aos poucos a Rebecca foi compreendendo que uma palavra mais alta ou um grito de "sai" não quer dizer que eu a odeio... E em seguida ela se aproxima de novo, com olhar carente, esperando que eu levante a mão para lhe fazer carinho. Hoje ela senta ao meu lado e me olha como se me agradecesse por tê-la mostrado novamente o que é viver, o que é confiar e mais, o que é ser feliz!
E da fraquinha magricela que adotei, hoje Rebecca é uma cadela de temperamento forte, decidida e muito, muito especial! Agradeço muito a Deus e principalmente à Silvana e à Dagmar que tiraram a Rebecca daquele porão e me deram a oportunidade de REencontrar minha bebê!
Louise Emille
(47) 3328.1071Blumenau/SC
"Ao doar ou vender um animal, ele precisa estar castrado, vacinado e vermifugado. É o que diz a Lei Trípoli (14.483/SP)."
"Ao doar ou vender um animal, ele precisa estar castrado, vacinado e vermifugado. É o que diz a Lei Trípoli (14.483/SP)."
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