quarta-feira, julho 01, 2009

NÃO TENHO MUITA CERTEZA, MAS ACREDITO QUE ESTA MATÉRIA ESTA NA REVISTA MANEQUIM, ACHEI BEM LEGAL , ENTÃO...

Para quem você deve?

Cartão de crédito
Pague, pague, pague, e o mais depressa possível. A negociação dessa dívida precisa estar no topo da lista, pois é a que tradicionalmente cobra juros mais altos, fazendo com que o saldo devedor aumente rapidamente. Para dar uma ideia, se você deve para o cartão a juros de 15% ao mês e não paga, após cinco meses o valor terá dobrado. Assustador, não é? Portanto, mãos e mentes à obra para tirar esse iceberg do caminho. A primeira opção é pedir ao seu banco um empréstimo pessoal com juros menores e quitar integralmente a dívida com o cartão, tomando cuidado para que as parcelas do novo empréstimo caibam no seu orçamento. Antes, porém, calcule o valor de parcela que efetivamente pode pagar evitando, assim, recair no ciclo do endividamento. Outra boa opção, mas que requer compromisso firme, é pedir o valor emprestado a algum familiar que tenha dinheiro aplicado na poupança ou renda fixa. Hoje, essas aplicações rendem menos de 1% ao mês. Ofereça juros de 2% ao mês e todos sairão ganhando. E se a dívida, muito antiga, tornou-se impagável? Tente negociar uma redução dos juros de forma a torná-la palatável. As administradoras costumam se mostrar mais abertas a esse tipo de negociação quando o risco de inadimplência é muito alto. Afinal, entre não receber nada e receber algum valor, a segunda opção é a que interessa.

Financiamento da casa própria
Muito cuidado aqui: a inadimplência pode gerar a perda do imóvel, que acabará indo para leilão, transformando o sonho em pesadelo. Para evitar isso, muita gente, ao perceber que não conseguirá honrar as parcelas, tenta renegociar esticando o tempo e reduzindo o valor da prestação, o que resultará num valor maior a ser pago no total. Não acho que seja a melhor opção, mesmo porque, se o seu problema for relacionado à base contratual, por exemplo, renegociar não resolverá por muito tempo. Melhor mesmo é tomar coragem e encarar o que diz o contrato, lembrando que os habitacionais são amparados pelo Código de Defesa do Consumidor, o que significa que o Procon pode ajudar você gratuitamente. As ações judiciais são mais eficazes para discutir o reajuste do saldo devedor, a capitalização dos juros (juros sobre juros), o ajuste do valor da prestação à capacidade de pagamento do mutuário e a análise de cláusulas abusivas, entre outros itens, e poderão solucionar de vez o seu problema. Se seu imóvel irá para leilão, ainda há esperança: é possível entrar com uma ação para cancelar o leilão e ganhar tempo para negociar. Busque informações (gratuitas) com a Associação Brasileira dos Mutuários (ABMH,
www.abmh.org). Se você comprou um imóvel ainda na planta e não consegue pagá-lo, poderá pedir a rescisão do contrato, desde que antes da entrega das chaves. Nesse caso, receberá 90% do que foi pago, corrigido monetariamente. Se houver resistência para devolver esse valor, procure a Câmara Técnica de Relações de Consumo de Habitação do Procon de sua cidade.

Financiamento de veículos
Iniciamos o ano com 4,3% de inadimplência nessa modalidade de financiamento, segundo o Banco Central. É um recorde desde que essa insolvência passou a ser medida, em 2000. A recusa em perder dinheiro na venda do bem muitas vezes nos leva a perder muito mais, quando não o próprio bem. Temos que aprender de uma vez por todas que, se o carro não é instrumento de trabalho que gera recursos, não deve ser adquirido por meio de financiamento (sim, é bronca mesmo!). Se você não tem um carro mas precisa ter, o ideal é comprar um seminovo à vista com o dinheiro que juntou (mesmo que seja um basiquinho) e continuar poupando para trocar até chegar ao carro dos sonhos. Quem concluiu que não terá como pagar não deve ficar correndo de um lado para o outro se endividando cada vez mais para evitar o inevitável. Renegocie com a financeira antes de uma ação judicial assim não perderá o veículo. Mas atenção: você acabará refinanciando-o e arrumando uma nova dívida. Se o seu financiamento for pelo sistema de leasing, que tem juros menores porque funciona como um aluguel (e é mais fácil retomar o veículo), o risco de perder o carro é grande. Faça as contas para ver se o melhor é devolver o carro em troca da dívida (muitas vezes é). Sem dor no coração: algumas vezes, perder é ganhar. Portanto, faça o que precisa ser feito o quanto antes e recupere sua paz.

Empréstimo estudantil
O Fies, Fundo de Financiamento Estudantil, bancado pelo governo federal, financia até 75 % de cursos superiores e cobra juros relativamente baixos, de 3,5% ou 6,5% ao ano dependendo do curso. Os juros menores, de 3,5% ao ano, aplicam-se no custeio dos cursos mais baratos e de menor duração, como pedagogia e tecnológicos. A taxa de 6,5% vale para os demais, incluindo engenharia, medicina, veterinária, odontologia e outros que requerem estudo em período integral. Exige fiador para liberar o crédito.
Utilizando o simulador do
site da Caixa Econômica Federal, é possível calcular o valor a ser pago por quem financia um curso a juros de 6,5% ao ano, com mensalidade de 2 mil reais. O estudante que financiar metade do valor do curso (veja bem, metade) pagará de juros 39 mil reais ao longo dos 90 meses de financiamento. Como o valor total financiado foi de 60 mil reais, será que esse realmente é um bom caminho para os estudantes?
Penso que não. Na juventude, movidos por nossos sonhos e ideais, talvez não percebamos a dura realidade que o Fies impõe: iniciar uma carreira com uma dívida enorme num mercado de trabalho não muito acolhedor. Existem hoje milhares de profissionais (sabemos quantos?) recém-formados em condição de inadimplência com o Fies e passando por momentos difíceis, uma vez que seus fiadores são acionados judicialmente para pagar a dívida e as negociações são quase impossíveis. O caso é tão sério que o Deputado Federal Paulo Pimenta apresentou no final de abril passado o Projeto de Lei N° 4945/09 que dispõe sobre a adoção de critérios para estimular a liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito renegociadas ou repactuadas por estudantes universitários junto ao FIES. Se você está inadimplente e quer se unir a este movimento, acesse o site
www.fiesjusto.com.br.

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