Segunda-feira, 18 de maio de 2009
Tênis no Tabajara
Transcrevo na íntegra. Vale a leitura.
Leitor habitual de sua coluna, é a primeira vez que lhe escrevo. Por julgar que o assunto merece alguma atenção. No último sábado tive a satisfação de conferir uma das semi-finais do Aberto de Tênis de Santa Catarina, no Tabajara. Tudo muito bom! Grande jogo, com vitória brasileira, e satisfação de ver que nossa cidade pode e deve captar, promover e receber eventos daquele porte. Todos ganham. Só um fato me chamou atenção, e não pelos motivos acima. A entrada era franca. Ótimo! E como se trata do clube mais sofisticado da cidade, nada mais justo que reservar uma área especial para sócios e convidados: A sempre presente área VIP, concordo com a distinção, é um direito adquirido. Agora vejamos a seguinte situação, perto das 11h, sol outonal a pino. Chega uma família acompanhada de um casal de idosos, um senhor portando bengala, uma natural dificuldade de movimentos e a pele tão alva que seria páreo fácil para o sol que fustigava a todos na arquibancada geral. Confesso que me incomodei ao vê-los buscando acomodar-se razoavelmente na arquibancada e motivei-me a falar com um dos seguranças, sugerindo que convidasse o casal a dirigir-se a melhores acomodações, consequentemente, à área VIP. Onde sombra e cadeiras certamente mais adequadas ao perfil daquelas Pessoas Muito Importantes (Idodos) que já mereciam nossa admiração pelo simples fato que estarem lá. Qual foi a resposta ao meu pleito senão: Não dá. Alí é área VIP, tem que ter convite! Claro que não esperava uma resposta favorável de alguém que, como se sabe, cumpre ordens. Por fim, não me dei por vencido e levei meu pleito (nesta altura já era pessoal), ao chefe da segurança. Felizmente, em pouco tempo ele retornou com as credenciais e o convite para acomodar adequadamente aquelas pessoas muito importantes: idosos. Ótimo! Parabéns a organização, que certamente não faria nada diferente disso. Mas o fato, a meu ver, ilustra uma questão cultural e reflete nossa atitude e falta de respeito a quem, em qualquer lugar do mundo seria, prioritariamente, considerado VIP. Very Important People, o Idoso. A meu ver, essa consciência social deve estar impregnada em todos nós. Não deveria ser necessário, alguém ter que "tomar uma atitude" para que percebessem o óbvio. Com todo respeito, VIP é o idoso, que merece ser tratado como tal, sempre! Deixo ainda um último tópico para reflexão, igualmente embaraçoso: Afinal, quando é que as vagas especiais (para idosos e portadores de necessidades especiais) serão ocupadas por aqueles a quem se destinam? Não há uma única ocasião em que diante destas vagas, nos supermercados, lanchonetes e shoppings, não me depare com alguém, em perfeito gozo de sua capacidade física e mental, refastelado neste espaço tão caro a quem dele necessita. Nosso legislativo bem que poderia criar condições para que os próprios estabelecimentos pudessem multar pesadamente estes infratores sem um mínimo de civilidade e respeito ao idoso, de fato, Pessoa Muito Importante.
Atenciosamente
Fabio Roberto Ghedin
Postado por Valther Ostermann às 15h51
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