VALTHER OSTERMANN - 26/11/2008
O dilúvio
Enchente foi a de 1983, com a marca de 15,34 metros e duração de 32 dias.Esta de agora mal bateu nos 12 metros, alguns centímetros a menos. Coisa menor em se tratando de subida das águas.A tragédia se deu pelo dilúvio. Mais de 40 dias e 40 noites de chuvas constantes. Suplantou Noé.A terra virou mingau. Cidades do Médio Vale viram sua topografia modificada, encostas deslizaram, levando casas e vidas. Ruas desapareceram. É importante registrar que não só áreas consideradas de risco desabaram. Outras encostas, tidas como sólidas, também derreteram.A população, experiente com águas que sobem, foi apanhada pelas águas que desciam. Trágica ironia. Para fugir das constantes cheias, subiu o morro, e agora isto!Nunca houve algo assim, antes. Haverá algo assim, num tempo futuro, porque as tragédias se repetem.E ensinam.Se tivermos juízo, na próxima lamentaremos prejuízos, mas não choraremos a perda de tantas vidas.
Os bons e os maus
Nas tragédias potencializam-se os extremos do caráter humano. Se, por um lado, há quem explore o clima de angústia e necessidade, majorando criminosa e estupidamente os preços de produtos básicos – as denúncias são muitas –, o contraponto se faz pelo voluntariado, gente ajudando gente, apoiando e confortando.Aos primeiros, quando der, o rigor da lei. Recomenda-se aos explorados que anotem, para nunca esquecer e jamais voltar aos balcões oportunistas.E a todos os outros, a eterna gratidão.
Por favor
É importante lembrar que muito ajuda quem não atrapalha. O Médio Vale, no todo, é área de risco, e até que sejam concluídos os estudos de solo, recomenda-se que somente as equipes de trabalho circulem nas proximidades de todas as encostas.
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