Afrouxamento dos costumes
A respeito do projeto de educação sexual nas escolas públicas, que foi arquivado em Blumenau, a coluna recebeu o depoimento que, pelo conteúdo, transcreve na íntegra:
“Talvez o maior fator contribuinte para a gravidez na adolescência seja a permissividade cultural generalizada. Trabalho como médica em um posto de saúde e tenho duas adolescentes de 13 anos grávidas. Coincidentemente, ambas consultaram alguns meses antes, acompanhadas de suas respectivas mães, solicitando prescrição de anticoncepcional – “sabe como é, né, doutora? Elas já têm namorado e a gente quer se prevenir...”. O anticoncepcional foi prescrito e esquecido, certamente. O brasileiro age como inevitável a promiscuidade, tanto que o governo valida esse comportamento – “Não se esqueça da camisinha”. Artigos em jornais médicos americanos ficam chocados com a tranqüilidade com que são tratados esses assuntos (não que eles sejam santos, convenhamos). Na contramão da nossa história, um país africano paupérrimo conseguiu diminuir os índices de transmissão de HIV com uma estratégia que seria considerada ridícula no Brasil: case virgem e seja fiel. É tão impensável que eu mesmo não consigo imaginá-la por essas bandas.”
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